- “Oh Tiger-lily” - said Alice, addressing herself to one that was waving gracefully about in the wind – “I wish you could talk!”
- “We can talk” - said the Tiger-lily – “when there's anybody worth talking to."
Alice was so astonished that she could not speak for a minute: it quite seemed to take her breath away. At length, as the Tiger-lily only went on waving about, she spoke again, in a timid voice, almost in a whisper:
– “And can all the flowers talk?”
- “As well as you can” - said the Tiger-lily. (…)
(…) Alice estava agora sobre a relva verde de um canteiro, cercada de lírios e margaridas.
- “Oh Lírio-tigrino” - falou Alice, dirigindo-se a uma flor situada mais no meio do canteiro, que se sobressaía às margaridas e balouçava graciosamente no vento. – “Eu queria tanto que pudesses falar!”
- “Mas eu falo” - disse o Lírio-trigrino. – “Todas as flores podem falar, desde que haja alguma pessoa com quem valha a pena conversar”.
Alice ficou tão surpreendida que, por um minuto, não conseguiu pronunciar uma só palavra. Parecia que tinha corrido muito e ficado sem fôlego. Finalmente ao perceber que o Lírio-tigrino apenas continuava a balançar gentilmente na brisa, sem dizer mais nada, ela falou de novo, com a voz cheia de timidez, quase num sussurro:
- “Todas as flores sabem falar?”
- “Tão bem como tu” - disse o Lírio-tigrino. (...)
Lewis Caroll, Through the Looking Glass / O Outro Lado do Espelho